Desdobramentos do tempo

Plantio de grãos em Santa Maria está atrasado

Mariana Fontana

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Estamos no começo do dezembro e ainda seguem os rescaldos das enxurradas registradas em Santa Maria e na região no mês de outubro.  O excesso de chuvas, com 428,4 mm de média, atrasou o plantio de culturas como arroz e soja, além de prejudicar a produção de hortigranjeiros e a qualidade das frutas.

De acordo com o agrônomo da Emater, Carlos Augusto Moro Júnior, o excesso de umidade afetou o calendário das plantações de soja e de arroz que, geralmente, são concluídas entre o final de outubro e o início de novembro. Em Santa Maria, dos 8.410 hectares de arroz, 80% dessa área foi semeada até agora.

– O arroz é plantado em áreas de várzea. As máquinas não conseguem entrar na terra, que está molhadas, para fazer o plantio – afirma Júnior.

Segundo o agrônomo, em função do atraso do plantio e da desistência de alguns agricultores, a produção deve ser menor e, consequentemente, o preço do produto pode ficar mais alto no ano que vem. No entanto, ainda não há projeção de quanto deve ser a inflação no preço do arroz.

O técnico agrícola do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Roger Almada Pereira, afirma que as culturas estão vulneráveis ao tempo, mas não se pode fazer projeções de perdas até o fim do plantio.

Se as chuvas de outubro já trouxeram problemas, a previsão de que as precipitações devem ficar acima da média entre dezembro a março em Santa Maria pode ser mais um agravante para as plantações. Se as chuvas vierem acompanhadas de ventos fortes e granizo, as produções podem ser prejudicadas. Segundo Pereira, o prejuízo será maior se os produtos estiverem em época de colheita.

– Dificilmente em janeiro o pessoal estará colhendo, porque atrasou o plantio. Mas, caso isso ocorra, pode haver perda na produção, pois o arroz tem um ponto ideal de colheita e, se passa desse período, pode haver novas perdas – diz Pereira.

Além disso, segundo o técnico agrícola, em janeiro, ocorre a floração do arroz e a cultura precisa de um período maior de exposição ao sol. Por isso, nessa fase,  as chuvas e dias nublados prejudicam o desenvolvimento dos grãos.

Perda de qualidade

Os dias de instabilidade também causaram prejuízos para os hortifrutigranjeiros. Segundo o agrônomo da Emater Carlos Augusto Moro Júnior as hortaliças perderam a qualidade e o preço aumentou.

– Como foi muita chuva e pouco sol, o que ainda continua, a umidade não permite que as hortaliças cresçam o suficiente. Quem conseguiu produzir uma boa safra, plantou em estufas e não ao ar livre – destaca o agrônomo.

No entanto, o agrônomo destaca que já para pastagens, os períodos de precipitações acima da média foram benéficos. Basta observar o verde dos campos.

Defesa Civil em alerta

Segundo o secretário Municipal de Ação Comunitária e coordenador da Defesa Civil de Santa Maria, Adelar Vargas, o órgão monitora os pluviômetros da cidade e fica em alerta quando a chuva atinge 100 mm. Segundo ele, há um plano de contingenciamento para retirar as famílias das áreas de risco em casos extremos. Segundo Adelar, o plano inclui um trabalho conjunto entre os órgãos da cidade, como os Bombeiros, Base Aérea, Brigada Militar e Cruz Vermelha.

Ainda segundo ele, há tem telhas em estoque e cerca de 50 rolos de lonas, além de roupas e alimentos. Ainda neste mês estaria previsto um curso preparatório para voluntários. Além disso, deve começar o plantio de árvores nas áreas de risco, como forma de reduzir o impacto das chuvas.

Confira, abaixo, os números do cenário local:

Arroz –  Plantio atrasou. De 8.410 mil hectares de arroz, 80% já foram plantados

Soja – Plantio também está atrasado. Dos 46 mil hectares previstos, 50% já foram semeados

Hortifrutigranjeiros – Principalmente as hortaliças tiveram perdas de"

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